Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2010

Seis coisas inéditas

Imagem
Q ue tarefa difícil me atribuiu o Valdeir, do blogue Ponderantes : contar seis coisas inéditas sobre mim, coisas que a maioria dos meus leitores não conheça. Bem, há coisas privadas, claro! Das outras, que posso contar, lembrei-me destas. 1 - Quando era jovem,queria ser hospedeira de bordo, devido à minha atracção pelas viagens, mas a minha fraca figura (não chego bem ao metro e sessenta de altura!) e os óculos, tiraram-me rapidamente as ilusões. 2 - O meu primeiro namorado, ainda na escola primária, foi o filho dos vizinhos do 3.º andar, mais velho três anos do que eu. Namorávamos aos gritos, tardes inteiras, eu no quintal, ele na varanda do 3.º andar. Quando nos encontravamos na rua, não nos falavamos! 3 - Quando acabei o curso, com 22 anos, ganhei uma bolsa de estudo em Perugia, Itália. Aproveitei para passear por lá, de mochila às costas, a acampar onde calhava (até na praia!). Foi um tempo muito feliz, que me marcou para sempre. 4 - Tive muitas dificuldades para engravidar e t

Leis obsoletas

Imagem
Muitas vezes queixamo-nos de que esta ou aquela lei é desajustada, ou antiquada, ou simplesmente idiota. E, muitas vezes, temos razão. O que dizer então destas leis que a seguir se apresentam?  Em Novembro de 2007, o canal televisivo inglês UKTV Gold divulgou os resultados de um inquérito feito a partir de uma pesquisa sobre leis antigas que, apesar de obsoletas, nunca foram revogadas. Os promotores da iniciativa criaram uma lista e pediram aos espectadores que votassem nas que consideravam mais absurdas. Eis aqui algumas das mais votadas: - Em Inglaterra é ilegal morrer no edifício do Parlamento. - Em França, é ilegal atribuir a um porco o nome de Napoleão. - No Vermont, EUA, as mulheres têm de obter por escrito o consentimento dos maridos para poderem usar dentadura. - Na Indonésia, a masturbação é punida com a morte por decapitação. - No Bahrein, os médicos do sexo masculino só podem examinar os órgãos genitais de uma mulher através do reflexo de um espelho. - Na Suíça, os homens

Artes do Claustro

Imagem
Eu sei que não devia fazer este post agora, no fim de Maio, quando estamos todos a pensar como havemos de recuperar as linhas perdidas durante o ano, para apresentarmos um corpinho mais ou menos jeitoso nos areais deste verão. Mas, não me importo, toda a gente sabe que eu sou irremediavelmente gulosa. Vem este dasabafo a propósito da mostra de doces conventuais que decorre, a partir de hoje, no Mosteiro de S. Vicente de Fora, em Lisboa. Eu não vou perder a oportunidade de passar por lá e provar estas delícias.  Passo a palavra: "A partir de amanhã, e até domingo, dia 6 de Junho, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, decorre a 1.ª Mostra de Produtos Conventuais. Bolachas, compotas, licores e também objectos religiosos, ícones, pinturas, esculturas, artesanato e outros estarão à disposição dos interessados em conhecer o que se faz nos mosteiros e conventos portugueses. Para já, são 14 as ordens e congregações religiosas (mais um seminário e um centro de espiritual

Uma bacia de cerejas

Imagem
Dizia Mário de Andrade:    Quando temos uma bacia cheia de cerejas, comemos com displicência. Quando já temos poucas cerejas, até lhes roemos o caroço. Tenho dado comigo a pensar nesta frase e em como a bacia de cerejas se assemelha à nossa vida. Quando somos jovens, sentimos que temos toda a vida pela frente. Fazemos experiências e vivemos o dia-a-dia com displicência, temos a sensação de que podemos tudo e temos tempo para tudo. Se não for naquele momento, será noutro. Se daquela maneira não resultar, experimentamos outra. Depois, os anos passam. Começamos a perceber que já temos menos cerejas na bacia do que aquelas que já comemos. E passamos a apreciá-las melhor. Cada pormenor, cada sensação, cada dentada na cereja é importante.  Sinto isto mesmo em relação à vida. Cada pequena coisa é valiosa. Uma palavra carinhosa, um gesto. Um chá com uma amiga, uma gargalhada, uma confidência. Um pôr-do-sol, um raio que espreita inesperadamente pelo meio de uma nuvem. A primeira flor que despo

Aniversário

Imagem
No dia 24 de Maio de 1959, um jovem casal lisboeta comprou bilhetes para ir ao cinema. A senhora, grávida, começou a sentir dores de parto nessa altura, mas decidiu que não ia perder a sessão de cinema. Quando o filme acabou, dirigiu-se à Maternidade Alfredo da Costa, porque havia uma rapariga cheia de vontade de nascer. E nasceu mesmo, por pouco nascia no corredor. Eram quase três horas da manhã de 25 de Maio.  Já passaram uns aninhos e, apesar da crise que nos cerca, gosto da vida, e procuro ver as coisas belas e positivas. No entanto, continuo uma ICD - uma Inquieta Cidadã Do Mundo.  Parabéns a mim! Nem Tanto... Conheço bem sua história... Seus defeitos, suas qualidades, seus amores, seus medos, seus dissabores... Sei o que gosta de calçar, de vestir, de comer, de beber... E que verde é a sua cor favorita. Conheço seu pai, sua mãe, sua filha, sua neta, seus sobrinhos, toda a sua família. Acredito que saiba quem são seus amigos... Conheço seu

Máscaras em Lisboa

Imagem
Ontem, Lisboa encheu-se de máscaras. Encheu-se de caras risonhas, assustadoras, animalescas. Encheu-se de cores vivas e de brincadeiras. Encheu-se de bombos, gaitas de foles e chocalhos. Foi o desfile da Máscara Ibérica. Depois de uma alegre concentração na Praça do Município, os grupos de mascarados desfilaram pela Rua Augusta até ao Rossio. Milhares de pessoas assistiram, fascinadas, a esta demonstração da cultura popular ibérica; fotografaram, riram, participaram nos sustos e nas brincadeiras. Estes grupos, que se afastam totalmente da ideia de Carnaval que tem vindo a expandir-se nos últimos anos e que se associa exclusivamente ao samba e ao Carnaval brasileiro, vão buscar tradições muito antigas, por vezes anteriores ao Cristianismo. Estão associadas aos interesses e necessidades das comunidades agro-pastoris da região que é hoje o Norte de Portugal e de Espanha e espelham as suas raízes célticas. Foi alegre, colorido, genuíno. E foi uma tarde bem passada. Acabámos a tarde

Dia da Biodiversidade

Imagem
A ocupação desordenada de áreas naturais, a exploração predatória dos recursos da natureza e a poluição são algumas ações humanas que têm originado sérias consequências, levando o planeta a perder cada vez mais espécies animais e vegetais. Para chamar a atenção para o problema, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade. Em todo o mundo, têm sido levadas a cabo várias iniciativas, para relembrar a importância da diversidade das espécies na manutenção dos ecossistemas. Amanhã, 22 de Maio, celebra-se o Dia da Biodiversidade. Entre a crise financeira e as medidas de austeridade, cada vez nos lembramos menos da natureza, embora ela, de vez em quando, nos mostre o seu poder soberano (achei pertinente usar esta palavra que, ultimamente, só aparece ligada à dívida pública; apesar de tudo, é bom perceber que é a Natureza quem, realmente, manda). Para reflectirmos, trago uma frase de Pavan Sukhdev, sobre o eventual esgotamento dos recursos pis

Como comemorar o Centenário da República?

Imagem
Há pessoas com ideias verdadeiramente fabulosas. Neste ano em que se festeja o centenário da Implantação da República em Portugal, duas deputadas independentes do PS, Maria do Rosário Carneiro e Teresa Venda, encontraram uma maneira diferente de comemorar a data: acabando com o seu feriado. Neste ano em que o Governo se prepara para gastar cerca de dez milhões de euros para comemorar o 5 de Outubro de 1910, estas deputadas propõem acabar com esse feriado, em nome da produtividade portuguesa. O que dizer desta criatividade e deste sentido de oportunidade?´ (Postal comemorativo da Proclamação da República) Além deste feriado, a proposta abrange outro feriado civil (o 1.º de Dezembro) e dois feriados religiosos (o Corpo de Deus e Todos-os-Santos). Não percebo qual o critério de escolha, sinceramente. Mas penso que esta questão ainda vai fazer correr muita tinta!

O Farol Museu de Santa Marta

Imagem
Porque hoje, 18 de Maio, é o Dia Internacional dos Museus, achei oportuno destacar e divulgar um dos nossos mais recentes espaços museológicos: o Farol Museu de Santa Marta, em Cascais. Este farol situa-se num pequeno forte com o mesmo nome, erguido na década de 50 do século XVII num esporão rochoso que avança sobre o mar e fez parte da defesa marítima de Cascais até ao século XIX. Tenho de confessar que tenho um fraquinho por faróis. Acho-os de uma beleza quase cinematográfica, pelo modo como se elevam nas falésias, mas também pelas cores ou padrões que geralmente enfeitam as suas torres, e que os tornam mais visíveis, mesmo de longe. Fascinam-me os jogos de espelhos que aumentam a sua capacidade luminosa, os focos de luz que varrem a noite, os alarmes sonoros que avisam os marinheiros em dias de nevoeiro. E, depois, há a sua imensa carga simbólica, da luz que nos guia no meio dos escolhos da costa e da escuridão. É todo esse mundo, misterioso e fascinante, que pode ser agora comp

Dia de mimos

Imagem
Hoje é dia de pôr em ordem os prémios e mimos. Esta semana, recebi dois selos.  Um é da Ematejoca Azul e diz que Este blog é um clássico. Fico sempre contente quando se lembram de mim e, por isso, agradeço. Ainda por cima, a tarefa é fácil. Primeiro, tenho de dizer qual é a minha flor preferida. Podia dizer que são todas e não mentia, gosto de cor e gosto de todas as flores, desde a florinha de campo mais humilde até à orquídea mais rara. Mas, se tiver de escolher apenas uma, então é esta a minha flor: junquilhos amarelos. Também tenho de indicar uma mezinha doméstica que eu utilize. Esta é fácil, porque não utilizo mezinhas. Se tenho qualquer problema, voo até à farmácia mais próxima.  O outro selo, recebi-o do Junior Vilanova , que me estraga com mimos, e afirma que Este blog é espectacular. Este tem regras mais complicadas. Vamos lá! 1. Enumerar 3 Sonhos: - Ter tempo para escrever; - Ter tempo para sonhar; - Viajar sem destino e sem data para regressar (mas com dinheir

Será que sou TOC? Ou ICD?

Imagem
Tarefa de Maio da Bloggincana: QUEM É TOC?   CONFESSE TUDO: VOCÊ É PORTADOR DE "TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO"? SIM, VOCÊ É UM PERIGOSO TOC? COLECCIONA, GUARDA, ARQUIVA COMPULSIVAMENTE? NÃO DEITA NADA FORA? RETÉM COISAS QUE NÃO SERVEM PARA NADA SÓ PORQUE PODEM SERVIR PARA ALGUMA COISA? LAVA AS MÃOS SUCESSIVAMENTE, VERIFICA AS PORTAS E JANELAS SEM PARAR? LEVANTA-SE PARA VERIFICAR O GÁS? CONFESSE... VOCÊ É TOC? Bem, esta é uma boa pergunta. Será que sou TOC?  Realmente, eu volto atrás para verificar se fechei o carro, porque o faço automaticamente e depois não me recordo. Também guardo imensas coisas inúteis, porque as deixo num sítio que depois não me lembro qual é. Mesmo as coisas úteis, às vezes, se tornam inúteis, porque não as encontrei quando me eram verdadeiramente úteis!  Acho que sou mais ICD. Alguém sabe o que é? Vou dar uma ajuda: Irremediável e Compulsivamente Distraída!

No tempo em que os animais falavam II

Imagem
Quando Salomão nasceu, Salomé já tinha a idade suficiente para todos os outros animais da quinta a consolarem: “Deixe lá! Ter filhos não é a coisa mais importante do mundo!” Mas, para ela, era muito importante! Ela não sabia explicar porquê, mas sentia-se menos feminina, como se lhe faltasse qualquer coisa. Ao cair da tarde, quando se juntavam junto ao muro, todas as outras fêmeas da quinta falavam das gracinhas da ninhada. Excepto ela. Até que um dia, apareceu lá na quinta um canzarrão castanho e branco, ganiu-lhe umas frases doces ao pé da orelha, e Salomé ficou rendida. O romance não durou muito. Um dia, assim como tinha chegado, o canzarrão desapareceu. Mas Salomé não lhe sentiu a falta. Sentiu, sim, que dentro dela se agitava a vida. Salomão nasceu num dia chuvoso. Era o maior de três irmãos, e muito parecido com o pai. Havia um pequenino, que morreu antes de Salomé se afeiçoar a ele. Também nasceu uma cadelinha, parecida com a mãe. E Salomé revia-se nos seus dois cachorrinhos.

Até quando?

Ontem, fui confrontada com mais uma notícia de agressões dentro da escola. Passo a citar a fonte jornalística: José Carlos, de 11 anos, da Escola EB de Lousada, deu ontem entrada no Hospital de Penafiel com vários hematomas no corpo, na sequência de uma agressão ocorrida dentro da escola. O menino terá sido agredido por um grupo de vários alunos mais velhos. O menor garante que há mais de um mês que é vítima de agressões, sempre perpetradas pelos mesmos jovens. A mãe, Isabel Fernandes, já tinha apresentado queixa na escola, mas o estabelecimento de ensino nada terá feito para travar a violência. 'Disseram-me que não podiam fazer grande coisa. Não conseguiam controlar os passos de todos dos alunos'. Fonte: CM de 12/5/2010 Até quando vamos ter de saber de casos destes? Já tenho ouvido dizer: "Ora, sempre houve lutas na escola. Já no meu tempo era assim!" Não, não tem de ser assim. Os alunos mais novos, mais fracos, mais vulneráveis, não podem ser agredidos ou humilha

Ler devia ser proibido

L embram-se do Book, aquele dispositivo bio-óptico inovador que vos mostrei aqui ? Pois, a propósito do Book, a We enviou-me outro video, absolutamente excepcional, e que eu quero partilhar com todos. Este pequeno filme explica-nos como ler pode ser perigoso e porque devia ser proibido. Tremendamente provocador, finamente irónico, este filme faz-nos reflectir. Mas eu não vou desvendar mais nada, convido-vos a ver, e a enfrentar as consequências. Mesmo arriscando-nos a ficar tremendamente mais humanos.

Imagens que contam histórias

Imagem
N este fim de semana, aproveitando o pretexto da chuva que nos obrigava a programas dentro de portas, fui visitar a exposição da World Press Photo 2010. Gosto muito de ver esta exposição, tento não perder, porque é um retrato do nosso mundo, feito de muitos retratos. Aquelas fotografias não definem o nosso mundo na totalidade, felizmente. Há muitas coisas bonitas a acontecerem todos os dias, pequenas conquistas e vitórias, descobertas, acontecimentos felizes que dão sentido ao nosso dia-a-dia. Mas as imagens que ali vemos também são pedaços do nosso mundo, e é bom que não percamos isto de vista. Há imagens tremendamente chocantes e violentas, como a lapidação de um homem na Somália, por adultério, ou as fotografias tiradas num matadouro. Outras que nos atingem pelo inesperado da situação que retratam, como o soldado apanhado de repente numa situação de batalha, com as suas cuecas que afirmam "I love NY". Há imagens de uma grande ternura, como o soldado que se despede dos filh