China - o efeito bebé...


Cartaz apelando ao cumprimento da planificação familiar imposta pelo Estado

Soubemos nesta semana que, finalmente, a China decidiu pôr fim à sua política de filho único. O Comité Central do Partido Comunista Chinês emitiu um comunicado permitindo que as famílias tenham dois filhos. Apesar de ser uma decisão que devia ser do foro íntimo e familiar, e não depender de uma decisão política, fico feliz com essa pequena vitória. Todos os que se interessam um pouco por aquilo que vai acontecendo pelo mundo sabiam que esta proibição do Partido Comunista Chinês, fosse qual fosse a sua causa, teve como grande consequência o desequilíbrio demográfico, com a valorização dos filhos, dos rapazes, do filho varão. Coitados dos filhos varões, que hoje não encontram noivas numa China com muitos milhões a mais de habitantes do sexo masculino!
Mas o mais confrangedor eram os números. Os números, secos mas gritantes, dos infanticídeos de meninas, das filhas que eram rejeitadas à espera do filho varão, dos orfanatos cheios de meninas vítimas da mesma distorção cultural. E das mulheres obrigadas a abortos não desejados.
E, enquanto eu estava nestas cogitações entre o ingénuo e o esperançoso, na China havia efeitos muito mais rápidos da decisão do Partido Comunista Chinês. Na Bolsa de Pequim, houve uma valorização imediata das ações das empresas produtoras de fraldas e de leite para bebés. E também houve uma desvalorização das ações das empresas que produzem preservativos... É engraçada, a economia!

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